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FOCO EM SOLUÇÃO

  • jucriaativa
  • 26 de mai. de 2020
  • 3 min de leitura

Atualizado: 29 de mai. de 2020

O foco da disciplina tradicional é ensinar as crianças o que não fazer, ou o que fazer porque alguém disse que é assim que deve ser feito, geralmente os pais. O foco da Disciplina Positiva é ensinar as crianças o que fazer convidando-as a refletir sobre a situação e, claro oferecendo orientações básicas. Elas são participantes ativas no processo, e não somente receptores passivos (que frequentemente são resistentes).


Quando focamos nas soluções, as crianças aprendem a se relacionar com os outros e passam a carregar ferramentas para os próximos desafios. Não será uma mudança imediata e elas não vão fazer tudo certo já na próxima vez (lembre-se que adultos também nem sempre aprendem na primeira vez), mas sim, elas irão aprender.


Já o desafio para o adulto é abrir mão da ideia maluca de que para a criança aprender a diferenciar o certo do errado, ela precisa sofrer, ser punida.

Crianças são excelentes solucionadoras de problemas e podem apresentar muitas ideias criativas para soluções úteis, desde que os adultos criem oportunidades para elas usarem essas habilidades.



As soluções devem ser relacionadas pois devem estar relacionadas ao comportamento da criança, respeitosas pois não devem envolver culpa, vergonha, ou dor, razoáveis para todos os envolvidos, e Úteis, que ensinem habilidades de vida para a criança. Ou seja, focar em soluções é dar ênfase a ajudar a criança a resolver o problema em vez de ter que pagar, por meio de punição, pelo problema.

Exemplo do livro Disciplina Positiva:

Durante uma reunião de classe, foi pedido que os alunos do quinto ano listassem consequências para dois alunos que não ouviram o sinal do intervalo e se atrasaram para a aula. Eis a lista:

1. Fazê-los escreverem seus nomes no quadro

2. Fazê-los ficar na escola depois da aula o mesmo tempo que se atrasaram.

3. Descontar no intervalo do dia seguinte os mesmos minutos que se atrasaram.

4. Perderem o intervalo inteiro no dia seguinte.

5. Gritar com eles.

Em seguida foi pedido aos alunos que esquecessem as consequências e listassem soluções que ajudassem os alunos que se atrasaram a retornarem para a sala no horário. Eis a lista:

1. Todo mundo gritar junto: Sinal!

2. Os alunos poderiam brincar mais perto do sinal.

3. Os alunos poderiam observar os outros para verem quando estão retornando para as salas.

4. Aumentar o volume do sinal.

5. Os alunos poderiam escolher um colega para lembra-los de que está na hora de retornar.

6. Alguém poderia dar um tapinha no ombro do aluno quando o sinal tocasse.

Percebem a diferença entre as duas listas? É uma diferença enorme. A primeira soa como punição, os alunos terão que passar por algum constrangimento, ou castigo. A segunda lista traz soluções que focam em ajudar os alunos a fazerem melhor no futuro.


Imagine que você e seu filho estão tomando café da manhã e ele derramou o leite na mesa. E ao invés de você reclamar ou dar alguma lição, você apenas pergunta como ele pode resolver o leite derramado a mesa. Ele decide pegar um papel ou uma toalha para limpar.


Você terá ensinado a seu filho uma habilidade de vida e terá dado a ele uma oportunidade para desenvolver a percepção que é capaz. É incrível como a criança sabe qual a solução, quando perguntamos respeitosamente.


Precisamos avaliar até que ponto é, de fato, importante enaltecer os erros. Nesse momento podemos questionar: Será que é um erro tão grave assim? Será que é melhor gastarmos toda a nossa energia se culpando e culpando a criança por conta de um erro ou é melhor a gastarmos nossa energia buscando uma solução?


A resolução de problemas é uma função executiva do nosso cérebro, mas precisamos desenvolvê-la. Se não a praticarmos, de nada adianta, então, devemos começar trabalhando a resolução dos problemas em nós.

Quando nos concentramos na resolução do problema, ao invés de fazer com que a criança se sinta mal para aprender algo, damos a ela a oportunidade de sentir um senso de pertencimento, e assim contribuem mais em casa.

Meu convite para você, é que pergunte mais para o seu filho como gostaria de resolver uma situação e qual solução ele tem. Me conta como está sendo esse exercício aí na sua casa!


Com amor, Ju.

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